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janeiro 17, 2011

Explorações ao ar livre: a mochila do jardim

A L. e eu adoramos o contacto com a terra e com o ar livre.

Sempre que o dia está ameno descemos ao jardim.
Agora que a L. está mais crescida as suas explorações começam a ser mais sistemáticas e científicas!
E há tanto para explorar e descobrir, especialmente quando não se tem medo de sujar as mãos , nem os pés nem a roupa!...

Assim, como as idas ao jardim começam a ser mais regulares com o aproximar da Primavera (ainda falta eu sei, mas já se vai sentido a diferença nos dias...); eu e a L. organizámos a mochila do Jardim:


 Então nessa mochila temos:
1. Lupa; que nos permite ver as coisas muito maiores;
2. Tesoura; material muito usado no jardim pela L.: serve para cortar um pouco de tudo, nomeadamente relva, flores, folhas...

3. Caixa para recolha de amostras; nesta caixa a L. coloca os seus "pequenos tesouros" que vai descobrindo e que poderemos usar em colagens, contagens, etc;
 
(aqui a L. fez questão de ir ao jardim libertar uma pequena lagarta que descobrimos dentro de uma nóz! :) ; na foto em baixo podem ver o grande momento de libertação da lagarta!)
4. Caderno de Campo: construído por nós; com materiais reutilizados; contém bolsas próprias para amostras e materiais (fita-cola, pedaços de papel, molas e lápis);
5. Caixinha com lápis; usados para desenho ao ar livre e noutros registos;




A seguinte imagem reúne tudo o que temos na mochila do Jardim:

Em baixo, um exemplo de um pequeno registo que efectuámos após uma saída ao jardim.

Este registo foi uma forma simples e rápida de conversarmos e consolidarmos as experiências vividas no jardim. Foi um momento importante pois a L. recordou e narrou as experiências vividas; como se de uma  história icónica e verbal se tratasse.
Nesta saída ao jardim, desenhámos ao ar livre sentadas nas escadas, registando o que observávamos; a L. suprendeu-me quando pegou no lápis; olhou para o céu e o representou no papel dizendo; -" Aqui em cima `tá o céu azul".

A L. quis colher pequenas flores e folhas de Oxalis para o Papá; folhas em forma de coração para o Papá S. ...

(L. são estes pequenos momentos, gestos e palavras tuas que quero perpetuar na minha memória e neste blogue para que um dia posssam, quem sabe, chegar ao teu corção de algum modo...)

Estes momentos ao ar livre são sempre tão enriquecedores pois envolvem a criança de um modo global, abrangente, tocando várias esferas do desenvolvimento; sendo que a criança se sente livre para explorar, focando-se nos seus reais interesses

maio 18, 2010

Enfiamentos com cereais de pequeno almoço: uma lagartinha saborosa!

Já há algum tempo que a Bebé faz enfiamentos com cereais de pequeno almoço.

Aliás temos usado estes cereais em diversas actividades pois decidi que ninguém cá em casa os iria comer uma vez que, após leitura dos seus ingredientes, constatei que tinham pelo menos seis "E" (corantes?!) diferentes!

Hoje,  usando um dos enfiamentos de cereais da Bebé, demos vida a uma nova lagarta  pois a nossa outra lagarta (que era de cartão) entretanto já desaparecera.


É interessante constatar os primeiros passos da Bebé no jogo simbólico, observado-a a falar com a lagarta, a alimentá-la, a fazer-lhe festas, a dizer-lhe "adeus" e a perguntar-lhe " Queres aguinha, `agarta?"
A Bebé trata muito bem da sua nova lagarta, dá-lhe folhas e até saborosas flores para ela comer!nhac, nhac, nhac! :)

março 24, 2010

Uma borboleta de papel colorida

A vida da minha pequena Bebé tem sido inspirada por canções, poesias cujo tema tem sido, ainda que não de forma intencional, as borboletas. Actualmente anda também muito interessada em lagartas! Por isso, para nós o percurso foi inverso: primeiro veio a borboleta depois a lagarta :)

Há cerca de um mês atrás a Bebé fez esta Borboleta que ainda anda aí a voar pela casa.

É muito simples de fazer e os materiais são também muito simples:
- rolo de papel de cozinha
- pedaço de papel para as asas
- círculos e corações recortados em restos de papéis de diferentes cores e texturas
- cola de farinha colorida com sumo em pó
- anéis de cereais
- arame revestido para as antenas

Ultimamente temos cantado muita esta canção. A métrica e a lírica são muito interessantes e a Bebé já vai cantando algumas sílabas e palavras.
 Temos usado fantoches de uma borboleta e de uma lagarta para acompanhar a canção.
A Bebé tem preferido ser a lagarta que come, come sem parar...nhack, nhack :)

fevereiro 08, 2010

Conto sobre a Metamorfose da lagarta em Borboleta

Ontem ao ver que as Magnólias principiaram já o seu florir; lembrei-me de um conto que escrevi em que uma velha Magnolia grandiflora presencia nos seus ramos a metamorfose das lagartinhas.
O fenómeno natural da Metamorfose é uma oportunidade fantástica (quase mágica) para descobrir o mundo natural. Escrevi este pequeno conto como base para uma actividade integrada onde se exploram e conjugam vários Domínios. Essa actividade teve inspiração num cd que faz parte de uma colecção fantástica intitulada "Enciclopédia da Música com bicho".

Nota:Devido à dimensão elevada da preparação teórica da actividade não vou partilhá-la aqui mas se alguém estiver interessado contacte-me)

 Conto: A Magnólia e as Lagartinhas

Há já alguns meses que aqueles estranhos ovos estavam escondidos por entre as folhas da velha Magnolia grandiflora. - Que haveria no seu interior? – Interrogava-se a grande árvore que já tinha guardado sobre as suas folhas verdes e lustrosas muitos outros animais.

Na noite anterior tinha ouvido qualquer coisa a revolver-se dentro dos ovos, num movimento suave que era cada vez mais constante. E, na manhã seguinte, algo de extraordinário aconteceu: a Magnólia ouviu estalar um a um os invólucros dos ovos. Lá de dentro saíram minúsculas lagartinhas verdes que apressadamente começaram a mastigar as suas folhas.

A velha Magnólia habituada a estas desconsiderações assentiu porque folhas tinha ela muitas; o que a preocupava verdadeiramente eram as suas flores que a cada Primavera eram cada vez menos.

As lagartitas foram crescendo, mastigando dia e noite as saborosas folhas lustrosas nos velhos ramos da Magnólia.

Assim se foram passando os dias; se fazia Sol e calor era debaixo das folhas que as lagartas se escondiam, e, quando no céu se ouviam trovões e a chuva ameaçava cair, era também sobe as folhas que as lagartas se abrigavam.

Até que um dia, já perto do Outono, a Magnólia reparou que as lagartinhas começaram a manifestar um comportamento estranho; em vez do ruído provocado pelo constante mastigar das folhas, aconteciam agora muitos momentos de silêncio nos seus ramos e, às vezes, até ouvia as lagartitas suspirar: - Que se passará com as estas lagartinhas? – Interrogava-se a velha Magnólia.

Por estas alturas as lagartas estavam já muito grandes e gordinhas. Rastejavam devagar e inesperadamente começaram a tecer um fio muito suave, claro, que brilhava à luz dourada do Sol de Outono. Como as lagartinhas eram de poucas conversas, a Magnólia limitou-se a observar o seu curioso comportamento. Além disso, dizia-se na floresta que as lagartas eram seres muito especiais pelo que não deviam ser incomodadas.

Com o passar dos dias as lagartinhas, uma a uma, encerraram-se dentro de um casulo que ficava escondido nos galhos da árvore. A Magnólia pensou: - Certamente estão a preparar-se para resistir ao frio do Inverno que aí vem…

O silêncio que reinava agora nos ramos da Magnólia era total. As suas folhas já tinham caído todas e o vento frio soprava pelos campos em redor da árvore. Toda a floresta parecia entrar num sono profundo.

Até que um dia o Sol ficou mais quente e os passarinhos começaram a chilrear. A Magnólia despertou do sono, agitou suavemente os seus ramos e, surpreendida, exclamou: - Que flores maravilhosas desabrocharam nos meus ramos! Reparou também que algo se agitava no interior dos casulos e começou a ouvir um estranho mastigar: - Será que são as lagartinhas a tentar sair do casulo para vir celebrar a Primavera? - Mas não, não eram as lagartinhas; algo de mais extraordinário aconteceu: saiu de dentro de cada casulo um ser de asas coloridas e de cara preta, frágil, de estranha beleza que, diga-se a verdade, não tinha quaisquer semelhanças com as lagartinhas verdes, gordas, feias e fartas que tinham tecido os casulos.

A Magnólia sabia muito bem que aqueles seres frágeis e leves eram as Borboletas. Lembrou-se que há muito, muito tempo, quando era ainda uma pequena e frágil plantinha, um desses seres enigmáticos tinha pousado nas suas primeiras folhas e lhe segredara:

- Magnólia, magnólia…
Árvore de flores grandiosas e folhas majestosas tu hás-de ser;
Porque também eu feia lagarta era
E em bela borboleta me transformei.

A Magnólia não acreditou em nenhuma dessas palavras, pensou que fora delírio daquele volúvel ser mas agora tinha assistido, com os seus próprios ramos, folhas e flores, a essa transformação.

A Magnólia observou, então, aqueles belos seres a estender as asas ao sol, a agitá-las depois suavemente e a mergulharem num voo perfeito sobre as suas flores. Assistiu, então, ao bailado colorido que aqueles seres faziam sobre as suas flores: ora agitavam alegremente a asa direita, ora a esquerda, ora pulavam agilmente de flor em flor, ora rodopiavam leves na brisa. Pareciam namoriscar entre si.

Até que, talvez por rodopiar tanto, algumas borboletas deitaram-se nas flores. Baixaram-se e um a um, começaram a por pequenos ovos:

- Mas são ovos iguais aqueles de onde saíram as lagartinhas! – Exclamou, admirada a velha magnólia.
As borboletas levantaram voo muito devagar, pareciam cansadas.
A magnólia ainda gritou a uma borboleta:

- Borboleta, borboleta,
D`asas às cores e cara preta,
Tu já foste uma lagarta
Verde, gorda, feia e farta *

Mas as borboletas já não lhe responderam e caíram lentamente no chão.

Até que, num dia luminoso de Verão, os pequenos ovos estalaram e apareceu uma pequena lagartinha. A magnólia disse-lhe baixinho:

- Lagartinha, lagartinha
De corpo mole e cara gordinha
Tu hás-de ser uma borboleta,
Bela, leve, frágil e leda!

-De ovo a lagartinha; de lagartinha a borboleta… que história fantástica aconteceu nos meus ramos! - Exclamava feliz a Magnólia para quem, apesar da sua longa idade, este fora sem dúvida o ano mais mágico da sua vida.

*Quadra retirada do cd intitulado “ Borboleta”, tomo II da Enciclopédia da Música com bicho

 

Vídeo: A amiginha do Pocoyo

A minha Bebé adora este vídeo do Pocoyo e a mim parece-me que este vídeo poderá ser um meio interessante para explorar a temática da Metamorfose com as crianças mais pequeninas: