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fevereiro 19, 2010

Canção: A barca da Fantasia - as memórias da infância

As memórias de Infância são as mais persistentes. Nelas se misturam muitas vezes o vivido e a Fantasia. Quantas vezes fechamos os olhos e vemos sorrindo a criança que fomos... são essas memórias que nos acompaham pela vida e que nos fazem lembrar que a felicidade surgia entre as coisas simples e pequenas, tantas vezes algures entre o real e a Fantasia.



O Pastor

Ai que ninguém volta
ao que já deixou
ninguém larga a grande roda
ninguém sabe onde é que andou

Ai que ninguém lembra
nem o que sonhou
(e)aquele menino canta
a cantiga do pastor

Ao largo
ainda arde
a barca
da fantasia
e o meu sonho acaba tarde
deixa a alma de vigia

Ao largo
ainda arde
a barca
da fantasia
e o meu sonho acaba tarde
acordar é que eu não queria

(Música: Madredeus
Letra: Pedro Ayres Magalhães
In: MadreDeus-Existir 90)

dezembro 16, 2009

Anjos e estrelas de Natal feitos a partir de material para reciclagem

Talvez porque o meu Natal em criança tenha sido despovoado de Pai Natal; essa figura seja para mim tão pouco significativa.
 As memórias de infância trazem-me o cheiro do pinheiro bravo que o avó selecionava cuidadosamente no pinhal (só levamos esta árvore porque mais tarde ou mais cedo teria de ser cortada...); as cores das luzes da àrvore reflectidas e alongadas na parede que me faziam sonhar; a família unida, chegada; a missa do Galo onde dormitava no colo da minha mãe; o cheiro da braseira; o ronronar dos gatos; a felicidade de abrir os presentes assim que acordávamos que tinham sido trazidos pelo menino Jesus; o sorriso da minha mãe; as estrelas brilhantes que sempre insistiam em iluminar a noite de Natal...
Sim, no tempo e no espaço da minha infância o Pai Natal não tinha lugar de ser. Ali longe das cidades, dos hipermercados, dos catálogos publicitários intermináveis de brinquedos, da publicidade televisiva repetitiva natalícia; o Natal era Natal...

Embora a Bebé seja pequena demais para se aperceber que é Natal considerei importante construir com ela algo que pudesse mais tarde constituir uma memória do seu segundo Natal. Assim, inspirada pelo amor que tenho às estrelas (luz), pela simpatia que nutro pela simbologia dos anjos (protecção, pureza, paz) e pelo apreço que tenho às coisas simples e pequenas (simplicidade); fizemos estes pequeno objectos para adicionarmos ao pequeno presépio pintado pela tia O. (amor, família, dádiva).

Espero, Bebé, que possas ter memórias felizes do Natal da tua infância e que nem tu nem eu nos percamos na onda deste materialismo assolador que sufoca o nosso espírito dificultando a vivência dos valores nobres que o Natal significa...
Ainda juntas haveremos de descobrir nos céus das noites de Natal que hão-de vir a estrelinha " que embora pequenina era a mais brilhante do céu e ao seu lado, se olharmos com muita atenção, veremos o anjo pequenino que zelosamente a guarda"...

Esta estrelinha é recortada em pano de limpeza amarelo, enchida com algodão e decorada com bolinhas coloridas para bolos e purpurinas. Aproveitámos um pedaço de fita de um presente e usámo-lo como fio para pendurar a estrela.
Os anjos são construídos a partir de uma caixa de ovos; pintada com tinta de sumo em pó com farinha (para a Bebé poder pintar em segurança); as cabeças são pequenas esfera realizadas em masssa de sal; os cabelos são feitos em fibra de enchimento; utilizámos estrelinhas e purpurinas para decorar.




novembro 23, 2009

Rreflectindo sobre a saudade de Infância

Mal espreita o Sol e nós saímos; parecemos um caracol! Hoje fomos colher folhas de linquidambar (uma àrvore que no Outono adquire cores fantásticas) para fazermos presentes de Natal e entre folhas vermelhas e céu azul vislumbrei um jardim de infância que brilhava como um grande sol amarelo; olhei-o de longe e pareceu-me lindo. Deu-me uma saudade, um aperto no coração; imaginei ser educadora ali, naquele sol amarelo...
Cada vez sinto mais falta desse contacto, desses pequenos seres que me fazem tão feliz...
Espero em breve poder fazer parte de um sistema solar, amarelo como aquele que hoje vi ou de outra cor qualquer; embora hoje seja feliz  sei que posso ser mais feliz quando estiver no meio de crianças.
Tenho mesmo uma enorme saudades de crianças...nem sei bem explicar o que sinto...
É que depois de tantas voltas (apertadas) na minha vida   em que troquei o jardim botânico pelo jardim de infância; sinto que preciso seguir o meu caminho. Enfim, entre estudar e cultivar plantas e ajudar a crescer e a ser felizes crianças; lá vou traçando o meu caminho, ao sabor do tempo, das estações e da vida.
Quando erámos crianças, eu e a minha mana, inventámos uma palavra: saudafu (lembras-te, Candi?) Inventá-mo-la porque não sabíamos como designar as saudades que tínhamos do futuro, do nosso futuro, em que imaginavámos o que poderíamos vir a ser... e foi isso que eu hoje senti ao ver aquele jardim de infância: umas enormes saudades do futuro onde espero ser educadora de infância, no meio de crianças que imagino a sorrir, a chorar, a dançar, a gritar, a dormir,  a correr, a sentar, a experimentar, a desfazer, a partir, a criar, a crescer e a ser...

...Saudafus, saudafus... (mana, tenho muitas saudades tuas...)